Espírito Santo tem média de 65 celulares roubados por dia

Por Thayná Peterle

Diariamente, criminosos roubam, em média, 65 dispositivos móveis em todo o estado do Espírito Santo. Somente no ano passado, foram registrados 40 incidentes desse tipo nos municípios da Grande Vitória, conforme indicam os dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), evidenciando o desafio enfrentado pelas autoridades para conter essa modalidade de crime.

A Serra detém a liderança em quantidade de ocorrências. Nos meses iniciais de 2024, janeiro e fevereiro, 800 dispositivos foram alvo de roubo no município, resultando em uma média diária de 13 incidentes.

De acordo com as autoridades policiais, os dispositivos móveis tornam-se alvos preferenciais dos criminosos, pois, uma vez roubados, são facilmente trocados ou revendidos. “O aparelho celular é de fácil negociação, principalmente quando se trata de usuários de drogas. Eles cometem esse tipo de crime e trocam na boca de fumo ou vendem. Muitas vezes também eles vendem os celulares através de sites de vendas”, explica delegado Josafá da Silva.

A maioria dos delitos documentados no estado, correspondendo a 56,24%, acontece em vias públicas. Por esse motivo, é crucial permanecer atento para evitar tornar-se um alvo fácil para os criminosos.

“Os criminosos tem mais preferência as mulheres, porque eles acham que elas não vão resistir a uma abordagem. Eu aconselho as pessoas a não usar o celular toda hora, só em casos de emergência, na rua ou no transporte coletivo, usar apenas quando for necessário para evitar esse tipo de abordagem”, pontua o delegado.

Boletim de ocorrência e proteção de dados

Em termos quantitativos, houve 26.650 dispositivos móveis roubados no Espírito Santo no ano passado. A polícia alerta que esse número pode ser ainda mais elevado devido à subnotificação, uma vez que muitas pessoas deixam de registrar boletins de ocorrência.

Segundo o delegado, realizar o registro do boletim de ocorrência é fundamental para que as autoridades policiais sejam informadas sobre o roubo, permitindo que investiguem os casos. Além disso, em situações de recuperação do celular, torna-se possível identificar o proprietário por meio do número de Imei (Identificação Internacional de Equipamento Móvel). Utilizando esse código, a pessoa pode bloquear o aparelho ou comprovar, se necessário, a propriedade do celular. Geralmente, o número está disponível na embalagem original do celular, na nota fiscal, mas também pode ser acessado discando *#06#.

“O Imei é como se fosse um ‘chassi’, fazendo a comparação com o carro, é um número que vai ficar durante toda a vida útil desse celular. Se a pessoa não fornecer esse número durante o registro da ocorrência a gente não tem como localizar. Mesmo que o aparelho seja recuperado, numa ação da Polícia Civil ou Militar, a gente não tem como identificar o proprietário porque ele não citou o número do Imei. Esse é um grande gargalo, porque a polícia recupera muitos aparelhos, mas fica sem ter como identificar a vítima. Então a pessoa tem que anotar esse número e em caso de ocorrência e fornecer esses dados para a polícia”, destaca Josafá da Silva.

Comprar celular roubado também é crime

As autoridades policiais também advertem aqueles que adquirem um celular de origem incerta.“Se o aparelho não tiver nota fiscal eu aconselho que a pessoa não compre, pois ela pode responder pelo crime de receptação”, finaliza o delegado.

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